sábado, 10 de julho de 2010

Desejo


Essa minissérie foi produzida pela Globo em 1990. Baseada no livro de uma das filhas de Anna de Assis. Dirigida por Wolf Maia e escrita por Glória Perez.
História baseada em fatos reais e uma das maiores tragédias que abalou o Brasil. Talvez a maior tragédia da vida real que eu já tive conhecimento. Imaginem...uma mulher trai o marido com um rapaz 17 anos mais novo (ela, 34 e ele, 17) e com ele tem um caso que durou muito tempo. Ela tem dois filhos do amante, ainda casada com o marido. O marido descobre, tenta matar o amante e acaba morto pelo amante. O amante é preso, a mulher tem outro filho com ele, ainda na cadeia. Os filhos do primeiro casamento se separam e perdem tudo da noite para o dia. Perderam o pai, a mãe, a presença constante dos irmãos, o lar, o ambiente familiar. O amante é absolvido por legítima defesa, sai da cadeia e se casa com a mulher. E quando você acha que pior do que isso não pode ficar... o filho do meio do cara que foi assassinado, tenta matar o amante (agora marido) e é morto pelo amante. E o pior não é isso...o pior é que ELA FICA COM O CARA DEPOIS DELE TER MATADO O FILHO DELA. Um amor assim que rompeu todas as barreiras vai sobreviver a tudo, não é mesmo? Não...essa história construída sobre tanto sofrimento só podia acabar mal. Quando ela fica velha, ele a trai. A melhor frase da minissérie é quando ela diz a ele: " Você é o único homem do mundo que não podia prevaricar". Essa história não é trágica demais??? Aí eles colocam a Vera Fisher pra viver a Anna de Assis e o Guilherme para viver o Dilermando só pra gente torcer pra eles (como eu fiz da primeira vez que vi). Hoje, vinte anos depois, eu, casada digo que fiquei com nojo dessa história e o que é mais difícil de imaginar é como uma mulher sacrificou tanto os filhos dela por causa de outro homem. Nada justifica fazer os filhos sofrerem. Quem mais deve zelar pelos filhos são os pais. Se os pais não fazem isso, quem dirá o mundo??? Hoje eu vejo Anna de Assis como falsa, mentirosa, manipuladora e egoísta. Toda vez Saninha ia justificar o que fez, dizendo que fez por amor e etc., mas sua mãe lhe diz: "O que está acima de tudo é o DEVER". Dever que ela deveria levar a sério: fidelidade ao marido, zelo pela casa e pelos filhos, etc.
Tarcísio Meira está maravilhoso como Euclides da Cunha. Outras ótimas atuações: Deborah Evelyn, Natália Timberg e Marcus Winter.

Riacho Doce


Minissérie baseada na obra de José Lins do Rêgo, produzida pela TV Globo em 1990. Fez muito sucesso na década de 90. As muitas cenas de belezas naturais e nudismo foram pra competir com as cenas de mesma natureza de Pantanal.
A trama é muito interessante e nos prende bastante, mas o trabalho dos atores é sofrível. A escolha dos atores se deu não pela boa atuação, mas pelo corpo bonito e sarado vide Vera Fischer (eu acho a Vera uma boa atriz, mas está ruim como a galega Eduarda), Carlos Alberto Riccelli (Nô), Luiza Thomé (Franscisca - péssima, fazendo bico o tempo inteiro), Pedro Vasconcellos (Lucas - ainda bem que virou diretor, ser ator não é a praia dele), etc. As melhores atuações são de: Fernanda Montenegro como Vó Manuela (perfeita, como sempre!) e Nelson Xavier como Capitão Laurindo. Os demais tiveram atuações fracas e caricatas. Eles lançaram muitos atores nessa minissérie e nenhum pegou. Todos cairam no esquecimento devido à fracas atuações. O que fica é o talento. A pior interpretação, que é até embaraçosa, é a de Juliana Martins. Ela está PÉSSIMA!! Dá dó de ver...
O que mais marcou a minissérie, que eu me lembre, foi o personagem Nô, de Carlos Alberto Riccelli, pois ele tinha o "corpo fechado". Essas crenças e costumes fazem da história de Riacho Doce muito interessante. A trilha sonora é linda com composições de Danilo Caymmi. Vale a pena assistir...